sexta-feira, 18 de julho de 2008

O Brasil está melhor sem CPMF?

Alguém se lembra da história da CPMF? Recapitulando: a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi feito em 1993 (quando se chamava ainda IPMF) pelo então presidente Itamar, como medida urgente e temporária para ser usada na melhoria do sistema público de saúde e conter a inflação. Teve em 1997 o nome mudado e a carga de sua alíquota também (de 0,25% para 0,38%). Ao longo do tempo esse imposto “provisório” passou a ser “permanente”, sendo prorrogado e extinto vezes.

Em 2007 o prazo de vencimento do imposto chegou mais uma vez, e o governo tentou prorrogá-lo mais uma vez. Então a oposição caiu matando sobre o governo Lula e sua tentativa de prorrogá-lo, a oposição conseguiu vetar a continuidade deste no que eles gostam de chamar de “vitória histórica” sobre o governo.

Porém o governo Lula tentou fixar novos impostos, tais como a chamada nova “CPMF”para tampar o rombo de 40 bilhões, causado na receita nacional devido à extinção da CPMF, e assim Lula e o governo passaram a ser chamados de oportunistas por alguns.

Sem fazer apologia ao governo Lula/PT, mas os oportunistas seriam o governo nesse caso?

Primeiro manifesto um pouco minha indignação com o povo brasileiro. Porque a maioria total do povão era contra a CPMF afinal? Nem eles sabem, na verdade sabem sim, a maioria dizia que não agüentava mais pagar impostos. Não que estejam errados, pagamos impostos demais e é difícil ver os resultados benéficos disso no Brasil, ou seja, seriam contra qualquer imposto. Mas a CPMF não é um mal imposto para o povão, é como qualquer outro imposto que atinge direta e indiretamente as pessoas, porém a CPFM tinha enorme utilidade no combate a sonegação de impostos quando se fazia o cruzamento de informações bancárias com o declarado no imposto de renda.

Mas aí surgiu a oposição fazendo frente total contra a CPMF, usando mil discursos e englobou meia dúzia de críticos políticos que falavam que a CPMF era usada para pagar grandes planos de corrupção e aumentar o funcionalismo público, ou seja, era melhor decretar o fim de vez da CPMF.

Espera aí, se a CPMF fosse realmente usada (só) para corrupção e para financiar grandes cargos inúteis públicos a extinção desta diminuiria a corrupção ou o funcionalismo público? Bom, com certeza esse é o único uso feito com a verba pública que não diminuiria em nada.

Aqui entra a minha decepção com o povo. Como alguém realmente acreditou que se fosse decretado o fim da CPMF, causando um rombo de 40 bilhões na receita federal, o governo aceitaria isso sem fazer nada para tampar esse buraco?

O governo Lula/PT não esta sendo oportunista, esta fazendo o óbvio que iria fazer, tentar criar e aumentar outras alíquotas para diminuir essa perda gigante do fim da CPMF (não que isso seja mais digno claro). Sem dúvida nenhuma quem esta sendo oportunista é a oposição, que é a favor de menos impostos apenas por que não esta no governo, ou alguém acredita que se DEM e PSDB seria a favor de acabar com a CPMF se estivesse no governo? Foram eles mesmos que a criaram.

E aonde o povo vacilou? Em não perceber o óbvio. Esse era um jogo de cartas marcadas previsível. Agora se acabou com um bom imposto para possivelmente se criar outros piores para a economia em geral, sem sequer saber como ele funcionava o povo foi contra a CPMF inutilmente, isso porque surgirão outros. Na verdade inutilmente não, pois a oposição oportunista soube muito bem usar isso. Mas sem dúvida isso não melhorou de maneira alguma o cenário político, o país e nem o povão.



Quer saber mais sobre a CPMF?? Visite então:

http://ideianobolso.wordpress.com/2007/12/13/cpmf-do-inicio-ao-fim/
http://jornalsuldeminas.com.br/tamaragaspar/index.php?option=com_content&task=view&id=14&Itemid=9
http://www.duplipensar.net/artigos/2007s2/cpmf-inversoes-de-papel-nos-discursos-lula-fhc.html

(só parte final do ultimo link)

Um comentário:

pseudo_retardado disse...

assim que eu gosto...

gente jovem, anti-midia, que usa recursos alternativos para expor suas idéias, noticiar, etc...

diferencíal no humor...